Uma abordagem geopolítica sobre o Aquecimento Global

Geopolítica: é a area da geografia que estuda o papel político internacional que as nações desempenham em função de suas características geográficas — como localização, território, posse de recursos naturais, contingente populacional, etc..É o estudo da estratégia, da manipulação, da ação. Estuda o Estado enquanto organismo geográfico, ou seja, é o estudo da relação intrínseca entre a geografia e o poder. Método de análise que utiliza os conhecimentos da geografia física e humana para orientar a ação política do Estado.
Protocolo de Kyoto

Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.
O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa forma se comprometeram a implantar medidas com intuito de diminuir a emissão de gases
Diante das metas estabelecidas o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, se desligou em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.


Relatório do IPCC

Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), primeiro mecanismo de caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 (dióxido de carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis. Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas. Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto as discussões levaram à conclusão de que todos os países, independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conservação e preservação das condições climáticas.


Previsões de grandes catástrofes

Todas as estimativas que se apresentam em relação ao Aquecimento Global, são catastróficas, ou seja, os impactos serão cada vez mais freqüentes e intensos.
Levando em conta o seguinte quadro, vamos pensar em um outro impacto de intensidade geopolítica.
Uma das questões é o fato de que com as alterações climáticas, juntamente com possíveis conseqüências como o aumento do nível do mar, inúmeras cidades e ilhas podem desaparecer. E suas populações? Essa é uma questão totalmente geopolítica. A medida que os sobreviventes realização intensos fluxos migratórios, como tentativa de sobrevivência.
Eis que surge um novo quadro catastrófico, levando-se em contas as divergências e as questões de por e domínio territorial, além da escassez dos recursos.

Formação do territorio brasileiro

Formação do território brasileiro e o desenvolvimento de sua economia.


A importância das atividades econômicas

As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial ( 1500- 1822) girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, á exportação e ás necessidades da metrópole portuguesa.

Atividades econômicas do período colonial.

No século XVI- a exploração do pau- brasil era o motor da economia. Nos séculos seguintes, a própria escassez de tal recurso fez gerar novos interesses aos portugueses.
No século seguinte já se tinha um território muito maior e com atividades econômicas mais diversificadas como, o cultivo da cana-de-açúcar, inicio de atividades pecuárias.
Em meados de 1740 a 1750 já no século XVIII, a atividade mineradora, ou seja, a extração de recursos minerais, do solo brasileiro já se destacavam entre os portugueses, e nesse momento o território também já se apresenta basicamente com sua forma atual.

Arquipélago econômico


Normalmente dizemos que o desenvolvimento do território brasileiro se deu em forma de arquipélagos (ilhas). Pois a medida que se mudavam as atividades econômicas algumas cidades surgiram , associadas as atividades econômicas em si, e as vezes muito distante umas das outras.
Então podemos deduzir que a expansão de nosso território ocorre de forma desigual,e não existe articulação entre as áreas.




A integração Nacional

Até 1930, as principais atividades econômicas desenvolvidas no Brasil – canavieira, mineradora e cafeeira – destinavam-se ao mercado externo. A partir daí teve início um processo que se voltou para o abastecimento do mercado interno. Retomando a idéia de que “o Brasil não é só litoral”. A integração econômica territorial do Brasil ou a organização de um espaço nacional interligado só ocorreu de fato com a industrialização, iniciada na década de 1930 e consolidada a partir da década de 1950.

DIT- Divisão Internacional do trabalho: De modo simplificado, é a divisão do trabalho ou da produção, imposta pelos países colonizadores (metrópoles) às suas colônias, cabendo a estas o fornecimento de produtos agrícolas e industriais na interdependência econômica estabelecida.


Reflexões:

1- Considerando o que é a Divisão Internacional do trabalho e a maneira como a economia afetou o crescimento de nosso território, o que se pode considerar sobre a posição do Brasil em relação a economia mundial?

2- O fato de nosso território ter crescido como um arquipélago e com algumas cidades não terem tido articulação entre si neste processo, apresenta mais aspectos positivos ou negativos. Justifique.

As dimensões espaciais (geográficas) da globalização

O mapa ao lado foi extraído do vídeo encontro com Milton Santos, e retrata a produção de um modelo de avião o Boeing 777, neste avião existem 3.000.000 ( três milhões) de peças que são produzidas em 37 países, por 1.700 empresas diferentes. Esse mapa mostra um exemplo de uma produção globalizada.

E quais os impactos desta relação produção globalizada e o espaço geográfico onde ela ocorre?

Como já comentado o neoliberalismo, permite as empresas uma grande independência e descontrole total do Estado sobre sua produção e produtividade. Logo , nos dizeres de Milton, as grandes empresas são centros “frouxos” , a medida que podem se instalar e reinstalar em diferentes lugares. Elas estão distante das ações de poder do estado , não possuem relações com o território, relações sociais ou morais. Estão onde o capital( dinheiro) está, não estando ela se muda, - a empresa.
Ela é distante do poder do estado

Vejamos também que as peças de maior preço e maior grau tecnológico são produzidas nas grandes potencias, Ex: os computadores das cabines são produzidos na Alemanha, já os parafusos em países como Índia.

Impactos locais.

De acordo com o que acabamos de citar, países como a Índia, por exemplo, apresentam farta mão-de-obra pouco qualificada e barata, por isso essas empresas produzem os parafuso, a um baixíssimo custo que irá se refletir na realidade social local.

Essa imagem reflete a miséria e condições impróprias em que vivem algumas famílias indianas.


E os grandes empresários, importam-se com isso?

Não, eles preocupam-se com seus lucros.

Globalização

Globalização

Este assunto sempre traz inquietações, pois naturalmente temos várias definições de globalização. A geografia ou melhor uma proposta de Milton Santos ( geógrafo brasileiro) nos fala de três tipos de globalização

A primeira a Globalização como fábula; esta que esta ai posta na mídia, ouutdors, essa idéia vaga de que todos podem se comunicar com todos, de que o mundo fala uma só língua, de que todos tem acesso a internet, e aos meios de informação.

A segunda a Globalização perversa, que vivemos diariamente , que segrega(separa) a cada dia, e acentua as diferenças entre pobres e ricos.

Citando Josué de Castro em seu livro Geopolítica de fome de 1961 diz: O mundo está divido em dois grupos, o grupo dos que não comem e os que não dormem com medo das revoltas dos que não comem.

E nessa segunda globalização a perversa é que temos o chamando globalitarismo.

Globalização : Globalitarismo

O grande geógrafo Milton Santos denominou o período no qual vivemos as agruras ( infortúnios, efeitos negativos) do sistema capitalista globalizado como um GLOBALITARISMO, neste caso referindo-se a idéia de que o sistema capitalista (economia) globalizada, vem se revelando como um sistema político-econômico totalitário.

Totalitarismo é um regime político baseado na extensão do poder do Estado a todos os níveis e aspectos da sociedade ("Estado Total", "Estado Máximo").
Pode ser resultado da incorporação do Estado por um Partido (único e centralizador) ou da extensão natural das instituições estatais. Geralmente, é um fenômeno que resulta de extremismos ideológicos e uma paralela desintegração da sociedade civil organizada
(definição wikpédia)

Exemplos de regimes totalitários: Nazismo, Fascismo, Franquismo de direita e os de esquerda Estalinismo, Maoísmo.


Entretanto no regime capitalista o Estado perde sua representatividade para a Economia e os grandes agente hegemônicos ( as empresas) , portanto este estado totalitário se estabelece pela relações de poder de troca ( dinheiro, relações comerciais).

Globalização e o NEOLIBERALISMO

A partir da década de 1970 o NEOLIBERALISMO, passou a ser a ideologia do capitalismo globalizado. O neoliberalismo, defende uma autonomia (independência) do mercado.A economia deve ser livre das intervenções do Estado.

Dentro dessas medidas econômicas é que ocorrem e são incentivadas as privatizações de empresas estatais. Como por exemplo nossa Vale do Rio Doce.

As medidas tomadas na economia neoliberal não representam vantagens ou melhorias sociais pelo contrário, não é porque a economia vai bem, que a população vá bem também. Alias pelo contrário, grandes empresas vem lucrando absurdos e milhares de centenas de pessoas morrendo de fome diariamente.


A terceira Globalização é a Outra Globalização, que nos propõem Milton Santos, uma globalização solidária.



Referencias.
Texto de profª. Cristina, baseado na obra Por Uma outra Globalização de Milton Santos e o Documentário encontro com Milton Santos de 2007)